Nota: esta publicação contém opiniões
pessoais.
Estava eu muito bem de férias, em Tavira, no ano
passado, quando acordei com a notificação de que os Imagine Dragons vinham pela sexta vez a Portugal, com a Loom World Tour!
Esperei, nada pacientemente, que o meu irmão acordasse para lhe dar a notícia e
o convencer a vir comigo (foi bastante fácil).
Quando os bilhetes foram para pré-venda, lá fui
eu, mais uma vez, tratar de os comprar. É sempre um stress imenso, o estar
na fila e esperar pelo momento da minha vez. É horrível. Mas lá consegui dois
bilhetes para o Piso 3, setor 13, para ficarmos sentadinhos e termos uma visão
de frente.
Apesar de estar muito entusiasmada para este
concerto, estava também com algum receio de não me divertir assim tanto, pois
não sabia todas as músicas de cor e, em concertos passados, senti que isso
fizesse diferença. Mas o bilhete estava comprado e eu não ia mesmo conseguir
descorá-las todas, por isso, o importante era divertir-me como desse.
Quando chegámos ao estádio, pedi ao meu irmão
para fazermos uma paragem na banca da merch, já sabem que gosto de ter
uma memoriazinha! No entanto, não gostei muito dos designs nem das cores
e acabei por não comprar nada, já para nem dizer que achei os preços demasiado
elevados.
O artista que abriu o concerto foi o Declan
McKenna, um cantor de quem nunca tinham ouvido falar. Não conhecia nenhuma das
suas músicas e, por esse motivo, não vos vou deixar uma setlist (não
tenho como garantir que as que estão no Spotify estão 100% certas), mas posso
dizer-vos que atuou durante 45 minutos. Não detestei, mas também não adorei,
senti que o seu set consistiu em solos de guitarra, trocar de guitarra e
dizer “brigado”. Também não ajudou o facto de o som dos instrumentos estar
quase mais elevado que a sua voz, o que contribuiu para não perceber grande
coisa do que ele dizia/cantava.
Não achei
que o Declan tivesse muita presença em palco, não puxava pela audiência e, como
me pareceu que ninguém o conhecia, não achei que existisse energia nenhuma. No
entanto, gostei que a sua guitarrista, Isabel Torres, nos dissesse umas
palavrinhas por ser portuguesa! Deixo-vos um clipe do cover que o artista
cantou:
Após o set do Declan, esperámos cerca de meia
hora pelo início dos Imagine
Dragons. Tenho de admitir que estava bastante receosa, pois a
energia no estádio não prometia muito.
Antes que me comece a alongar, vou deixar-vos a setlist
do concerto:
1. Fire in These
Hills
2. Thunder
3. Bones
4. Take me to the Beach
5. Shots
6. I’m so Sorry
7. Whatever it Takes
8. Next to me
9. I Bet my Life
10. Bad Liar
11. Wake up
12. Radioactive
13. Demons
14. Natural
15. Walking the Wire
16. Sharks
17. Enemy
18. In Your Corner
19. Birds
20. Believer
A minha primeira opinião é sobre a música de
abertura. Gosto bastante da música Fire in These Hills, mas não acho, de todo, que fosse a
indicada. A música é demasiado calma para dar início a um espetáculo destes.
Acho que a música Take me to
the Beach seria mais apropriada, mas iria criar o problema das bolas de
praia gigantes, sendo que lançá-las logo na primeira música também não seria o
ideal.
Assim que a banda entrou em palco, senti que o
meu receio era justificado. Na minha zona, praticamente toda a gente permaneceu
sentada. Eu até fiquei atrapalhada e não sabia se deveria levantar-me ou não
(se o fizesse iria bloquear a visão a quem estava atrás de mim). Acabei por me
levantar e, felizmente, como a música seguinte já era das mais conhecidas, toda
a gente se levantou e aí sim, a energia tornou-se na que eu esperava.
Algo de que não esperava, mas que adorei imenso,
foram os visuals que a banda usou. Achei-os super giros e apropriados a
cada música. Muitos nos tons de vermelho/laranja e azuis e alguns ainda com
rosas/roxos. Achei que encaixavam na perfeição com as músicas. Também gostei
das “colunas” (não sei que nomes lhes dar) que estavam na zona do relvado e que
também davam luzes. Havia ainda uns pequenos fogos de artificio, confettis, fogo
e fumo. Tudo contribuiu para que, visualmente, fosse um espetáculo incrível.
As músicas Whatever it Takes e Demons (que por si só já são das minhas favoritas) tiveram uma
performance super comovente por parte da banda. Em ambas as músicas, a parte
inicial foi cantada de forma mais lenta, deixando-as ainda mais emocionantes.
Confesso que em Demons me
chegou a cair uma lágrima, a canção é de partir o coração.
Também me emocionei bastante com o discurso do Dan Reynolds sobre saúde
mental e a importância de terapia e de pedir ajuda. Sendo eu uma pessoa que já
esteve nessa posição e que ainda hoje faço a minha jornada com uma psicóloga, o
discurso atingiu-me em cheio e fiquei logo lavada em lágrimas. Gosto bastante
de ouvir histórias de superação, acho que são bastante importantes e dá-me
bastante alento saber que há um fim, que as coisas melhoram. A música Walking the Wire, que
seguiu o discurso, foi um ótimo acréscimo para acentuar a sua importância.
Adorei presenciar o sentido de humor do Dan quando inalou um
confetti! Conseguiu meter um estádio inteiro a rir. Foi inesperado, mas uma
lufada de ar fresco perante toda a emoção do concerto!
O golpe final na minha sanidade mental foi a
música Birds que é
também das que me toca na alma. Assim que percebi que tinha chegado o momento
dessa música fiquei logo alerta e com o refrão veio toda a choradeira. É uma
música com uma letra muito bonita e com uma carga emotiva de outro mundo.
Achei que o tipo de espetáculo que a banda deu é
semelhante ao dos Coldplay, ainda que tenha de admitir que os Imagine Dragons os
superaram. Em termos de presença em palco, o Dan ultrapassa o Chris Martin (ainda que os dois
tenham uma diferença de idades de 10 anos). No entanto, ambos os grupos têm
performances sem coreografias, com visuals incríveis e ambos espalham
uma mensagem de amor e paz.
Algo que, até agora, tenho achado sempre
importante em concertos é saber as letras das músicas. Em concertos como os da
Taylor Swift ou Olivia Rodrigo, senti que nas músicas que não sabia as letras
ficava um pouco desfasada. Estava com medo de que isso acontecesse também com
os Imagine Dragons,
mas nem um bocadinho. Dancei o tempo todo, gritei, chorei, e nem por um momento
pensei «o que raio estou aqui a fazer?».
Durante a atuação da última música, o vocalista
trouxe para o palco uma bandeira da Ucrânia e o Ben, o baixista, ainda voltou também a
evidenciar o seu baixo, com a bandeira trans e com um coração com a bandeira
LBTQ+.
A parte boa de toda a choradeira da noite foi
perceber que a maquilhagem que uso é realmente de boa qualidade, pois podia
estar com uma péssima cara, mas, pelo menos, a maquilhagem estava completamente
intacta!
Agora aguardo de coração cheio pela
próxima vinda da banda a Portugal!
Autoria da publicação: Mariana
Fonte das imagens/fotografias: Mariana
Revisão: Mariana Chorão
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